Bunker

Vincenzo Pagliuca

Finalistas

Nos anos que antecederam a Segunda Guerra Mundial, toda a zona alpina foi envolvida na construção de um complexo sistema de fortificações pretendido pelo regime fascista para proteger a fronteira italiana contra os países vizinhos.

Um troço deste sistema defensivo, denominado Muralha Alpina, situava-se nos vales ao longo da fronteira com a Áustria, onde, com um desperdício incalculável de recursos, foi concluída a construção de cerca de 350 casamatas. Um enorme património arquitetónico que permaneceu inutilizado e presidido pelo exército até 1993, ano em que as estruturas foram finalmente desactivadas. Nessa altura, algumas das casamatas foram compradas por particulares e convertidas em depósitos agrícolas, outras foram demolidas ou abandonadas definitivamente.

Apesar do atual estado de esquecimento, estas estruturas visionárias, expressão do medo da perda e do desejo de controlo, continuam a suscitar interesse pelas suas caraterísticas arquitectónicas, pelos engenhosos sistemas de camuflagem e pela relação que estabeleceram com o contexto natural e social em que se inserem. Um património difícil de preservar para manter viva a memória colectiva de um período histórico dramático marcado pela ideologia nacionalista e pela incapacidade de resolver os conflitos pela via pacífica.